sexta-feira, 12 de março de 2010

exatas ou humanas?


ela:
meu corpo vai amolecendo aos poucos
num sinal de fraqueza interna e externa

eu:
e saber que posso te trazer de volta,
mesmo que nao queira
ela:
quando me trouxer, me traz vinho?
eu:
qdo lhe trazer a taça, me olha nos olhos?
ela:
só se seus olhos vierem juntos.
eu:
eles te mostrarão quem és.

ela:
Eu, que não faço sentido algum...
eu:
fará meus sentidos acontecerem.
Preciso sentir coisas que só ouço falar
ela:
tudo é relatividade quanto a mente.
eu:
por isso quero a pele o gosto, o cheiro,
ela:
coisas necessárias, causadoras de sorrisos,
eu:
coisas necessárias, causadoras de arrepios,

ela:
essa lista é interminável,
eu:
se resume em dois multiplos em um,
ela:
não sou boa em exatas,
mas entendo...

eu:
nao é exatas moça,
é humanas, bem humanas.


qual silêncio?


o silêncio que me abriga,
numa cama só minha,
no quarto só meu,
passando um fio de luz na janela, minha?

o silêncio que me escuta,
entre o vazio que ocupa,
livros que falam, meio vazio nas garrafas,
personagens à luz de velas?
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o silêncio pra escutar seu respirar,
numa cama nossa,
num quarto nosso,
passando na janela o nascer do sol, tipo postal

O debruçar que me alenta,
com o sentimento que se espalha,
personagens reparam e olham, garrafas, taças, duas.

As velas continuam. Não mudaram.